O idoso, esse fóssil da nossa sociedade que pode ser encontrado em qualquer canto, lar ou banco de jardim.
No sentido de auxiliar o meu amigo manteigas, decidi contar uma história passada dia 26 de Fevereiro de 2008 (portanto, ontem), que ilustra bem os hábitos deste ser.
Estava eu e mais um moço na paragem do bus quando chega uma idosa.
O moço estava a falar ao telemóvel, movendo-se dum lado para o outro e foi logo detectado pela idosa. Esta fez 1 ou 2 perguntas e após a resposta tenta meter mais conversa mas o moço cessa qualquer tipo de movimento/som conseguindo assim baralhar a idosa que desiste do contacto com o moço.
Mal a idosa perde o contacto, começa logo em busca de nova presa e, para meu azar, nesse preciso momento, eu ia em direcção do banco da paragem para me sentar. Fui detectado.
Logo a idosa senta-se.
Num banco onde cabem, à vontade, 4 pessoas, a mulher tem que se sentar MESMO ao meu lado e quase ao meu ouvido começa a fazer as mesmas perguntas que tinha feito ao moço.
O terror chega… ou não! Não fosse eu um exímio mestre na arte de ignorar idosos. Mantive-me quieto e calado até ela se levantar e ir meter conversa com um taxista ali perto.
Escolha perfeita desta nossa idosa. Como toda a gente sabe, os taxistas são pessoas amigáveis e calorosas, sempre prontas para 2 dedos de conversa.
Mas não era o dia de sorte da idosa que foi imediatamente despachada.
Não se dando por vencida, e após verificar que eu afinal me mexia, ela volta para o meu lado.
Mas desta vez senta-se mais perto e quase quase a mordiscar a minha orelha, volta a fazer as mesmas perguntas e afirmações.
Devo estar a precisar de apurar a minha técnica…
Mas mesmo assim insisti no processo de ignorar voltando então a confundir a idosa.
Eis que chega o bus.
Tanto barulho e movimento despertam a atenção da nossa idosa que prontamente se levanta na direcção daquele festim de cores e sons.
Uma vez lá dentro, já sentada, alguém se senta ao lado dela.
Esta acção voltou a activar a de imediato a idosa que ataca a sua nova presa com falatórios infindáveis.
Esta nova presa, talvez por distracção, responde à idosa.
Foi a alegria instalada, foguetes voaram, tambores tocaram.
A nossa idosa arranjou companhia.
Vitória, vitória, acabou-se a história.
As conclusões que tirei deste momento foram:
1 - Os idosos são activados quando detectam movimento ou som;
2- É um ser de sangue frio que, na tentativa de se aquecer, procura fontes de calor. Dai vir 2 vezes pró meu lado :P.